Solidão é não ter...

Existe coisa mais triste que a solidão?
Não ter pra quem contar como foi seu dia, não ter alguém te esperando a noite, não ter com quem compartilhar a vida, os problemas, as alegrias.
Acho que solidão é mais ou menos isso, o não ter.
Quando solitários, parece que o tempo não passa, que a felicidade alheia é só teatro, não conseguimos enxergar o lado bom da vida.
É tão bom ter alguém nos esperando pra jantar, alguém que sabemos estar ali, esperando, vivendo, amando... Alguém com quem podemos contar em todos os segundos, alguém que viveria por nós, por mim, alguém que achasse graça nas piadas mais sem graça, alguém que queira envelhecer junto.
É isso, a solidão não suporta a companhia, as vezes nem a dela própria, por isso de vez em quando bate aquela deprê, um sentimento de “sozinho em meio a multidão”.
Quero encontrar um alguém que queira partilhar dos meus sonhos, que queira construir uma vida comigo, que queira ser amigo, amado, amante, companheiro e que de vez em quando me ampare nas lágrimas.
Quero alguém que saiba conversar, que envelheça ao meu lado, que segure minhas mãos quando eu não conseguir ficar mais de pé sozinha.
Quero alguém que me admire mesmo em meio a rugas e cabelos brancos, que sinta ainda meu calor na fragilidade da velhice, que veja em meus olhos aquele mesmo amor da juventude, e que se sinta feliz por ter vivido tantos anos a meu lado.
Acho que a solidão acaba é assim, quando encontramos essa parte de nós que anda perdida por aí, esse alguém que não tem medo de viver e que assim como eu, quer envelhecer feliz ao lado de alguém.