Sei bem discernir o certo do errado, o direito do esquerdo, o doce do azedo.
Só não aprendi ainda a aceitar as coisas socialmente corretas. Perante a sociedade existem ainda muitos tabus a serem quebrados.
Queria ter um manual que viesse de Deus, eu sei que já existe a bíblia, mas eu queria um manual mais explicadinho, daqueles digitais, tipo procura no Google.
Cresci ouvindo sempre conselho de tentar escutar meu coração, na adolescência aprendi a me arrepender das coisas que eu já tivesse feito, e não das que não tive coragem de fazer. Aprendi que só conheceria o gosto de jiló, depois que provasse, e que mesmo que eu não gostasse, deveria dar uma segunda chance e experimentar de novo.
Bem, diante desses ensinamentos eu cresci, virei adulta e acreditando que o certo era escutar e seguir meu coração, que o certo era o que não atrapalhava meu sono, que não era errado se doar por alguém, e que cair ia fazer parte da caminhada.
Minha mãe nunca me protegeu dos tombos, pelo contrário, sempre me incentivou a praticar esportes onde com certeza eu me machucaria, e no entanto eu não tenho medo de altura, e as cicatrizes que adquiri na infância hoje são como troféus pra mim.
Mas nem todo mundo aprendeu assim, algumas pessoas tem medo até de respirar, e sendo eu assim, acabo assustando essas mesmas pessoas. Sei que tem também a cautela e que não ter medo, também faz mal, mais eu não consigo dizer não ao desconhecido, gosto de me aventurar, gosto de saber onde vai dar, sentir o vento a me empurrar diante do abismo, gosto do frio na barriga da montanha russa.
Sou tão estranha assim?
Falo o que penso, pago um preço alto por isso, mas não durmo magoada com ninguém, aprendi a perdoar, e tenha certeza, isso dói muito mais que um tombo de patins.
Aprendi a ser livre, e quando tentam me podar, por mais que seja por puro cuidado, me sinto um pássaro sem asas...
Prazer, meu nome é desafio, e por mais que eu chore pelo tombo, pelas decepções, viver sem isso pra mim, é como não poder respirar.
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